quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Saco de Carvão






O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
Pai, estou com muita raiva.
O Juca não deveria ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de ruim para ele.
O Juca me humilhou na frente dos meus amigos.
Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até o local onde guardava um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço.
Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra.
O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.
O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
Filho como está se sentindo agora?
Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:
Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo.
Que susto!
Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então, lhe diz ternamente:
Filho, você viu que a camisa quase não se sujou.
Agora, olhe só para você.
O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.
Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.

Cuidado com seus pensamentos:
Eles se transformam em palavras.
Cuidado com as palavras:
Elas se transformam em ações.
Cuidado com suas ações:
Elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos:
Eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter:
Ele decidirá o seu destino.



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